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Alemanha marca data para abandonar energia de carvão mineral

Segunda grande transição energética do país em uma década conta
com apoio de quase três quartos da população. Meta é reduzir
significativamente emissões de gases estufa, mas há críticas ao
volume do investimento estatal.

Alemães ainda dependem do combustível fóssil para 40% de sua eletricidade

Após uma maratona de negociações de 21 horas que se estendeu até a madrugada
deste sábado (26/01), uma comissão indicada por Berlim deliberou que até 2038 a
Alemanha deve deixar inteiramente de produzir energia a partir de carvão mineral.
A decisão visa reduzir as emissões nacionais de gases do efeito estufa, prejudiciais
ao clima. Atualmente o país deve 40% de sua eletricidade a esse combustível fóssil
e não conseguiu cumprir as metas estabelecidas no Acordo do Clima de Paris.
Durante as deliberações da comissão formada por 28 representantes da indústria,
sindicatos, instituições científicas e grupos ambientalistas, os dois principais
pontos de discórdia eram considerações financeiras e a data exata para o
abandono do carvão. As companhias de energia insistiam em compensações para
evitar um aumento do preço da eletricidade, enquanto as regiões mineiras alemãs
exigiam comprometimentos que lhes permitam contornar a consequente reviravolta
estrutural. O plano inclui garantias para essas instâncias envolvidas, assim como
certo grau de alívio financeiro aos consumidores. Como membros da “comissão do
carvão” informaram à agência de notícias Reuters, durante os próximos quatro
anos operadoras de usinas elétricas como a RWE e a Uniper deverão reduzir sua
capacidade em cerca de 12 gigawatts, o equivalente a 24 grandes unidades
de eletricidade. Ainda segundo a Reuters, 40 bilhões de euros seriam reservados
à fase de transição. Para críticos, contudo, isso significará o governo iria investir
somas gigantescas para praticamente comprar todo um setor de energia,
com o fim de extingui-lo. O plano ainda necessita da aprovação formal do
governo federal e dos diferentes estados alemães responsáveis por sua
implementação. O deste sábado marca a segunda intervenção importante
no mercado energético alemão em uma década. A outra foi a de fechar todas as
usinas nucleares até 2022, em reação ao desastre de Fukishima, no Japão,
em 2011.Há anos grupos ligados ao Partido Verde vinham exigindo o
abandono do carvão mineral. Segundo uma enquete divulgada na sexta-feira
pela emissora de direito público ZDF, a iniciativa conta com o apoio de
quase três quartos da população alemã.
AV/rtr,dpa