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Família Salvi

Os Salvi

   O texto a seguir foi extraído do livro do Ir. Jacob José Parmagnani, intitulado Irmão Gabriel Norberto (Giácomo Salvi): religioso lassalista.
Porto Alegre: Gráfica e Editora La Salle, 2000, 102 p.

 

No livro “As colônias italianas de Dona Isabel (Bento Gonçalves e Conde D’Eu (hoje Garibaldi), da autoria do Frei Capuchinho Rovílio Costa e outros colaboradores, na página 376, encontra-se:

“Giovani Salvi e Francesca Serabelle, ambos de Treviglio, Bérgamo, Itália, vieram para o Brasil com os filhos Luís (pai do Irmão Gabriel), Marieta, José e Francisco, italianos; aqui no Brasil nasceu Judita. A 24 de janeiro de 1884 receberam o título (ou escrituras) do lote 31 Boa Vista (hoje Arcoverde) de 478.400 m2 ou sejam duas colônias, onde a 07/03/1886 o filho Luís (Luigi) de 20 anos casou com Laura Ferranti de 19 anos, filha de Luís Ferranti e Angela Serabelle de Treviglio, Bérgamo, residentes na linha Boa Vista, I Secção, Ala Sul, lote 25″.

Neste mesmo livro, na mesma página constam, também alguns dados importantes que indicam a data da chegada.

A 21 de maio de 1878 Giovanni e Francesca com a família já residiam na linha Boa Vista, lote 31 e consta   também o nome de um filho, Colombo”.

Este filho, decerto, faleceu pequeno, porque não consta mais em nenhum documento nem é mais citado. Sabe-se também que os primeiros imigrantes chegaram a Arcoverde em 1878. Logo, os Salvi foram dos primeiros povoadores italianos daquela região.

Ao chegar, os imigrantes receberam o lote com uma escritura provisória, porque o lote não era dado. Devia ser pago em prestações módicas que podiam ser substituídas por prestação de serviços, como, por exemplo, dar dias de trabalho nas estradas. Eram concedidos 10 anos para o pagamento do lote; mas podia-se saldar a conta em menos anos.

O Luís Salvi (Luigi) a saldou em 6 anos e, assim, recebeu as escrituras definitivas. Mais tarde teria Luís comprado outra terra ? No livro “Histórias de Carlos Barbosa”, de Aldo F. Migot, pág. 561, no capítulo que trata da linha “Arroio Canoas”, consta:

“Em 1914, na Linha Canoas, Luís Salvi e Laura Ferranti venderam a terra a Francisco Salvi (residente no município de Garibaldi) e é dada a confrontação com as terras dos vizinhos”.

Esse Francisco que comprou a terra era irmão mais moço do Luiz. Isso fez supor que Luís Salvi ao chegar se tivesse estabelecido em Arroio Canoas. Mas, como vimos acima, em 1878, ano da chegada, fixou-se em Arcoverde, lote 31.

Quanto aos Ferranti sabe-se que:

“Vieram da Itália Luigi e Angela, com os filhos Laura (mãe do Irmão Gabriel), Giovanni, Fausta e Giuseppe. Aqui nasceram Batista e Santo. A 11 de janeiro de 1884, receberam o título provisório do lote 25 da linha Boa Vista (Arcoverde) I secção. Ala Norte com 478.400 m2″.

Pelos dados acima, deduz-se que os Ferranti chegaram em 1884.

Como se vê, os pais do Irmão Gabriel, Luís e Laura casaram aqui no Brasil, mas eram italianos.

Dois anos depois lhes nasceu o primeiro filho Alexandre, em 1888, de acordo com a certidão de batismo; mas em 1889, de acordo com o atestado de óbito. Qual o certo ?

Conheci bem o Batista Ferranti, o primeiro Ferranti nascido no Brasil. Morava em Arcoverde, na região da Alpinada. Muitas vezes foi visto descer a pé para ir à missa, com uma das mãos segurando o chapéu, de cabeça descoberta e com a outra, segurando o terço. Quando sozinho assim o fazia na ida e na volta. Era um católico exemplar.

Quanto a outros Salvi, notadamente à família de Enrico (Henrique) Salvi que morava vizinho a Luís Salvi em Arcoverde e cuja casa de comércio (venda) ainda hoje é conservada como patrimônio histórico, eis o que se sabe:

“Giovanni Salvi, nascido a 12/06/1868 em Serravale na Privíncia do Tidentino no Alto Adige, casou-se com Lúcia Tomasoni. Veio para o Brasil com os filhos Alexandre, Luís Enrico (Henrique), e João. Estabeleceram-se na linha Azevedo Castro, de Garibaldi. Enrico, em 1892, casou-se com a Pacoina Paloschi, nascida em 1871 na província de Bergamo. Era filha de Giovanni Paloschi e de Margarida Persi”.

            “Enrico e Pascoina tiveram os seguintes filhos: Albina, Genaro, nascido em 1892; Joana Clementina, nascida em 1894; Luiza, nascida em 1896, Guerino, nascido em 1899, Lectícia (a professora) nascida em 1902, Orestes, nascido em 1904, Lúcia, nascida em 1906 e Rodolfo nascido em 1911, casado com Anna Zucatti, é o único ainda vivo, residente em São Paulo”.

Como se vê esses Salvi não são parentes dos Salvi da família do Irmão Gabriel. Foi dado destaque a Henrique Salvi nessa biografia, justamente par tirar as dúvidas quanto ao parentesco entre os descendentes de ambas as famílias.

Há outro ramo de Salvi mais localizados na linha Coblenz de Carlos Barbosa e em Três Arroios, novo município emancipado de Erechim.

Esses, em 1999, realizaram em Três Arroios o 1o Encontro dos Salvi, comparecendo centenas deles. Para o próximo encontro, pretende-se contar com a presença de Salvi vindos da Itália.

 
    Luigi Salvi não se naturalizou brasileiro, conforme atesta uma Certidão Negativa de Naturalização, fornecida pelo Ministério da Justiça brasileiro, embora em alguns momentos seja citado como Luís ou Luiz.

    Esse encontro aconteceu em 2003 em Coblenz, Carlos Barbosa, com centenas de Salvi, e foi recebido uma mensagem de um padre Salvi, por telefone, diretamente da Itália.